CondoConta capta R$ 72,3 mi em rodada com Elie Horn e já negocia aquisições | Startups

CondoConta capta R$ 72,3 mi em rodada com Elie Horn e já negocia aquisições | Startups

A CondoConta, fintech que se propõe a ser um banco digital para quem administra condomínios residenciais, acaba de levantar R$ 72,3 milhões em uma rodada série A. A captação foi responsável por satisfazer um desejo dos fundadores de incluir na base de acionistas nomes que tivessem o setor imobiliário no DNA: a Syn, que nasceu da Cyrela, de Elie Horn, e a TerraCotta Ventures, fundo especializado em startups voltadas para imóveis e construção civil.

Além deles, participaram da captação três fundos de venture capital tradicionais, a Endeavor Scale-Up — também um investidor novo — e dois que já haviam apostado na startup na rodada seed em 2021, a Redpoint eVentures e a Igah Ventures.

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“Era uma vontade nossa que tivéssemos entre os investidores uma trinca formada por gente que entende de condomínios, mercado financeiro e também real state — e entre eles o número 1 da construção civil no Brasil, Elie Horn, que entrou por meio da Syn”, disse ao Pipeline o CEO Rodrigo Della Rocca, que fundou o negócio ao lado do COO Marcelo Cruz.

Uma parte do dinheiro será dedicado a financiar a expansão do negócio, tanto de forma orgânica quanto com M&As. A CondoConta já está negociando a aquisições de três empresas, duas concorrentes e uma de infraestrutura financeira, esta para complementar a operação.

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“Há startups do nosso segmento que vieram depois da gente e não conseguiram captar, porque pegaram esse mercado de VC já fechado. Com essas negociações de M&As em andamento, podemos comprar tempo e crescimento”, diz o CEO.

Rodrigo Della Rocca, CEO da CondoConta: empresa já transacionou R$ 650 milhões — Foto: Divulgação

Um outro destino para os recursos será o investimento em um terceiro canal de crescimento que a CondoConta quer explorar. Quando surgiu, em 2020, a fintech tinha como público-alvo os síndicos à moda antiga, aquele morador que assume a bronca e resolve tudo. Depois, com o arrefecimento da pandemia, começou a ter também como clientes as empresas que administram condomínios, que logo passaram a representar 80% da base. Agora, o foco é integrar os serviços da CondoConta aos sistemas de gestão que essas administradoras utilizam.

“Começamos as integrações com cinco empresas de sistemas de gestão de condomínios, uma de cada região do país, em uma fase piloto, e agora queremos abrir para todos”, afirma o CEO. Segundo ele, a ideia é que os administradores possam visualizar, em uma mesma plataforma, a vida financeira do condomínio e as demais frentes de organização.

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Com essa estratégia, a CondoConta espera quebrar uma das principais barreiras do mercado de condomínios, a regionalização, que acaba gerando muita fragmentação. Mesmo as administradoras, que representam um ramo mais consolidado desse setor, não conseguem ter uma fatia relevante. O maior player de São Paulo, a Lello, trabalha com 3,5 mil dos 100 mil condomínios do estado.

A CondoConta, por sua vez, atua em 3 mil condomínios no país, de um total de 520 mil, com presença em todos os estados e mais de 400 cidades. Uma parte dos condomínios, aliás, foi atraída a partir de parcerias com construtoras: antes mesmo de os novos empreendimentos ficarem prontos, já há uma conta aberta na fintech.

E, ao se vincular a administradoras e a empresas de sistemas de gestão, a fintech também consegue ampliar o potencial de captação de clientes. A companhia está em um ritmo de 150 novos condomínios e 20 novos administradores por mês, uma média de 7,5 condomínios por administrador. “E os administradores não trazem toda a sua base de cara. Eles começam testando uma parte e depois trazem o resto. As pequenas e médias costumam ter de 50 a 100 condomínios cada.”

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Desde que foi fundada, em 2020, a CondoConta acumula R$ 650 milhões em transações, com expectativa de chegar a R$ 1 bilhão na metade do ano, e hoje tem R$ 90 bilhões de gestão patrimonial. Também já foram originados R$ 150 milhões em crédito.

A fintech não cobra taxas ou mensalidades dos condomínios ou das administradoras para abrir conta e fazer transações. A receita vem basicamente de serviços de antecipação de recebíveis (90%) e de oferta de crédito (10%), como no caso de condomínios que precisam de financiamento para instalar placas de energia solar, por exemplo. A projeção da fintech é atingir o breakeven no fim de 2024.

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