‘acordei sem braços e pernas’

‘acordei sem braços e pernas’




Americana conta como uma gripe resultou na amputação de quatros membros: ‘acordei sem braços e pernas’

Foto: Reprodução/People

A americana Kristin Fox, de 42 anos, contou como lutou pela vida após ser diagnosticada com uma gripe em Ohio, nos Estados Unidos. De acordo com ela, o que parecia ser algo passageiro evoluiu para uma infecção bacteriana

O caso começou em março de 2020, alguns dias antes do lockdown causado pela pandemia e ela tinha 38 anos. No dia anterior, ela tinha ido a um pronto-socorro não se sentindo bem e foi diagnosticada com gripe. Depois de medicada com Tamiflu, foi para casa e quando acordou no dia seguinte passou a se sentir mal. 

“Eu estava no meu sofá e minha melhor amiga me mandou uma mensagem”, disse Fox à revista americana People. “Ela disse: ‘Como você se sente? E eu mandei uma mensagem de volta dizendo: ‘Sinto como se estivesse morrendo’ e essa foi a última mensagem que ela recebeu de mim”. 

Duas horas depois, a americana procurou uma amiga que era enfermeira. Ela veio, checou seus sinais vitais e disse: “Precisamos te levar”. De acordo com Kristin, tudo após ir para a emergência foi um ‘borrão’, pois ela entrou em choque séptico. 

“A sepse é uma condição grave na qual o corpo responde inadequadamente a uma infecção. Os processos de combate às infecções ativam o corpo, fazendo com que os órgãos funcionem mal. A sepse pode evoluir para choque séptico. Esta é uma queda dramática na pressão arterial que pode danificar os pulmões, rins, fígado e outros órgãos. Quando o dano é grave, pode levar à morte”, explicou a Clínica Mayo, onde foi atendida. 

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), em um ano típico, pelo menos 1,7 milhões de adultos no país desenvolvem este tipo de infecção e quase 270.000 morrem. 

“Eles me colocaram em coma induzido. Eu já estava ficando roxa”, ela relembra. “Eles ficavam dizendo: ‘Algo está mascarando uma infecção’, mas ninguém disse sepse até o dia seguinte. Eles disseram para me preparar para a perda de um membro porque me colocaram em muitos vasopressores”. 

Os vasopressores podem causar um vasoespasmo significativo com potencial isquemia [falta de suprimento sanguíneo] em várias áreas do corpo, incluindo os membros superiores e inferiores. A mulher conta que os médicos esperavam que ela fosse perder alguns dedos das mãos ou dos pés, mas que a expectativa “nem chegou perto” do que ela realmente perdeu. 

Em 27 de março, as pernas de Kristin foram amputadas abaixo dos joelhos. Em 6 de abril, quase dez dias depois, foi a vez dos braços, logo abaixo dos cotovelos. “Eu ‘comemorei’ meu 39º aniversário em 9 de abril em coma induzido”, lamentou. 

Três após o incidente, a mulher ainda classifica toda a experiência como ‘surreal’, pois foi ao pronto-socorro com uma gripe forte e depois “acordou sem braços e pernas” – no meio de uma pandemia global. 

Superação



Americana conta como uma gripe resultou na amputação de quatros membros: ‘acordei sem braços e pernas’

Americana conta como uma gripe resultou na amputação de quatros membros: ‘acordei sem braços e pernas’

Foto: Reprodução/People

Apesar da situação, ela conta que se motivou a lutar por sua vida. “Não há nada que vá mudar isso. Nunca vou recuperar meus braços e pernas. Então foi lutar ou fugir, instantaneamente. Essa foi a última coisa que me ajudou a superar isso – percebi desde o primeiro momento que aconteceu, minha vida mudou para sempre”, disse. 

Mãe de dois filhos, ela relembra como foi ver os filhos pela primeira vez após deixar o hospital. “Eu não queria que meus filhos vissem o que aconteceu. Quando os abracei e vi meus filhos e eles estavam chorando. Foi tão assustador para eles”, relembrou.  

Após receber alta, Kristin passou por 12 semanas exaustivas de fisioterapia, três horas por dia, no Instituto de Reabilitação do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia.

“Tenho que conquistar isso porque tenho que ser mãe dos meus filhos”, diz ela à People. “Eles poderiam ter lamentado minha morte. Eles não o fizeram. Eu tenho que lutar e arrasar nesta terapia todos os dias para ser a mãe que eles precisam que eu seja.”

Enquanto Fox pensava em seus filhos, ela também pensava no impacto mais amplo de sua recuperação.

“Sou administradora, tenho alunos que olham para mim, amigos dos meus filhos, minhas sobrinhas e sobrinhos – tinha muitos olhos jovens me observando”, disse ela à People. “E a maneira como eu respondi a isso determinaria, em última análise, o resultado de sua mentalidade sobre isso.”

“Se eu não entrasse no modo de luta e não colocasse minha cara de jogo, isso acabaria afetando isso”, disse Fox à People. “Se eu não respondesse bem à situação, não acho que eles teriam sido tão resilientes.”

Fonte

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *