Uma notícia da edição de hoje do DIÁRIO revela-nos que, na
Madeira, existem cerca de 40 mil pessoas com Doença Obstrutiva Pulmonar Crónica
– DPOC. Vejamos, de forma mais aprofundada, o que é, como se manifesta e que
tratamentos estão disponíveis.
Neste trabalho, recorremos às explicações do laboratório MSD
– Merck Sharp & Dohme, à informação do grupo CUF e do médico pneumologista
António Costa, em saudebemestar.pt, e do Fundação Portuguesa do Pulmão.
O grupo CUF explica que “a doença pulmonar obstrutiva crónica
(DPOC) designa um conjunto de condições pulmonares crónicas, incuráveis, que
limitam as vias aéreas e causam dificuldade respiratória, cuja causa mais comum
é o consumo de tabaco. É caracterizada por obstrução brônquica irreversível ou
parcialmente reversível com tratamento.”
Aqui aparenta haver uma diferença relativamente ao que diz o
referido médico pneumologista. “A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é
uma doença pulmonar comum, prevenível e tratável que é caracterizada por
persistência de sintomas respiratórios associados a obstrução do fluxo de ar
aos pulmões. Os sintomas incluem: dificuldade respiratória, tosse, produção de
muco (expectoração) e sibilos. É causada pela exposição a longo prazo a gases
irritantes ou partículas, mais frequentemente do fumo do cigarro.”
Desde já, se constata que a principal razão da DPOC é o fumo
dos cigarros, mas a esta juntam-se outras como a poluição do ar, factores genéticos
e infecções respiratórias tidas na infância e a idade. É uma doença que se
desenvolve lentamente ao longo dos anos.
SINTOMAS
Os sintomas de DPOC geralmente não aparecem até
que tenha ocorrido uma degradação pulmonar significativa e, geralmente, pioram
ao longo do tempo, particularmente se a exposição ao fumo persistir. Para a
bronquite crónica, o principal sintoma é uma tosse diária e expectoração em
pelo menos três meses por ano durante dois anos consecutivos.
Outros sinais e sintomas da DPOC podem incluir:
·
Dispneia (falta de ar), especialmente durante
atividades físicas;
·
Sibilância;
·
Opressão torácica (aperto no peito);
·
Expetoração matinal, devido ao excesso de muco
nos pulmões;
·
Tosse crónica com expetoração (escarro) que pode
ser transparente, branco, amarelo ou esverdeado;
·
Extremidades dos dedos cianóticos (coloração
azulada);
·
Infeções respiratórias frequentes;
·
Falta de energia, fadiga;
·
Perda de peso não intencional (em fases
avançadas da doença);
·
Edemas (inchaço) nos tornozelos, pés ou pernas.
Os doentes com DPOC estão susceptíveis a episódios chamados
exacerbações, durante os quais há agravamento dos sintomas que vão além da
variação normal do dia-a-dia e persistem vários dias.
SANAR
Quanto ao diagnóstico, nem tente fazê-lo à sua conta. Confie
nos especialistas, procure um.
Ainda assim, o que eles (especialistas) nos dizem é que a
DPOC é muitas vezes mal diagnosticado.
“A avaliação clínica do doente, sinais e sintomas é
fundamental. Habitualmente na história do doente está presente uma persistência
e agravamento dos sintomas ao longo do tempo. As Provas de Função Respiratória
são o exame de excelência de confirmação do diagnóstico: a espirometria (mede a
quantidade de ar e a velocidade do fluxo durante a respiração) avalia o
desempenho dos pulmões – se a espirometria for inconclusiva, é possível fazer o
teste de capacidade de difusão pulmonar. Exames de sangue, RX e tomografia
computorizada também podem ser úteis.”
Trata-se de uma doença, que acima de tudo, se previne, mas,
quando existe, há formas de a mitigar:
·
A cessação tabágica é fundamental
·
Broncodilatadores (utilizados conforme a
gravidade da doença e a presença ou não de exacerbação)
·
Oxigénio, se existir insuficiência respiratória
parcial
·
Ventilação não invasiva, se houver insuficiência
respiratória global
·
Fisioterapia respiratória
·
Prevenção das infeções respiratórias com
vacinação
O MSD revela que, nos Estados Unidos da América, existem
cerca de 16 milhões de pessoas com DPOC. “Ela é a causa mais comum de morte,
respondendo por mais de 150.000 mortes a cada ano.”
“Globalmente, o número de pessoas com DPOC está aumentando.
Os fatores que contribuem para a DPOC incluem o aumento do tabagismo em muitos
países e, em todo o mundo, a exposição a toxinas presentes em combustíveis de
biomassa, como madeira e gramíneas. As taxas de mortalidade podem estar
aumentando em países com assistência médica deficiente. Em 2030, prevê-se que a
DPOC se torne a terceira maior causa de morte no mundo.”
Mas a DPOC não tem de ser causa de morte. Se devidamente
prevenida, atempadamente controlada e tratada raramente é causa de morte.
Os especialistas deixam sugestões, aplicáveis a todos, mas,
em especial a quem tem DPOC:
·
Controle a respiração
·
Limpe as vias aéreas
·
Faça exercício regular
·
Coma alimentos saudáveis
·
Evite a poluição e o fumo
·
E, se tem DPOC, consulte regularmente um
pneumologista
Informe-se mais, por exemplo, num dos seguintes links. Se optar
por procurar outras fontes de informação, certifique-se de que são credíveis,
por exemplo, com origem em instituições fidedignas como universidades e grupos/unidades
de saúde reconhecidas.