O câncer de próstata é um dos mais preocupantes para os homens. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada 100 mil homens, mais de 60 serão diagnosticados com a doença em algum período da vida, o que representa um caso para cada nove indivíduos.
Para prevenir a doença, hábitos saudáveis, que envolvem alimentação, prática de exercícios e prevenção através de exames são muito importantes. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que todos os homens com 50 anos ou mais façam o exame de rastreamento ao menos uma vez por ano. Mas, os números são preocupantes, já que o aumento de incidência de câncer de próstata tem se tornado mais frequente entre o público jovem.
No Brasil, essa condição tem sido atribuída a hábitos nocivos, como o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo. Além disso, a falta de conhecimento sobre o câncer de próstata faz com que muitos homens não façam os exames preventivos com a regularidade indicada.
Para mudar este cenário, é preciso conscientizar os homens para a realização de exames preventivos e adoção de hábitos saudáveis, que podem prevenir ou até evitar a incidência da doença.
Para esclarecer dúvidas sobre a relação entre o estilo de vida moderno e o câncer de próstata, o oncologista Dr. Antonio Pedro Nicoletti (CRM/SC 34678 – RQE 2326), destacou pontos importantes e estudos sobre o tema. Ele é um dos especialistas que atua na Clínica Soma, Serviço de tratamento do câncer e doenças imunobiológicas em Florianópolis/SC.
Exercício físico reduz riscos de câncer de próstata em até 70%
Dr. Antonio explica que a prática regular de exercícios pode fazer toda a diferença para evitar a incidência do câncer. Ele ressalta que estudos mais recentes apontam a redução de até 70% do risco, para pacientes que têm o hábito de exercitar-se.
— O fortalecimento do sistema imunológico, a prevenção e o tratamento de sobrepeso e obesidade são alguns dos ganhos que advêm da prática regular de exercícios físicos. Recomenda-se, ao menos, 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana. Entretanto, mais importante do que o tempo é a regularidade da prática — destaca o médico.
A relação entre o intestino e o câncer de próstata
O oncologista explica que, em pesquisas desenvolvidas por especialistas italianos, foi possível demonstrar que o microbioma gastrointestinal pode ter influência no desenvolvimento do câncer de próstata. O mesmo foi identificado durante o tratamento da doença.
Segundo o Dr. Antonio, isso acontece porque o desequilíbrio das bactérias e fungos presentes no intestino, chamadas de disbiose, pode favorecer um quadro de inflamação crônica. Esse problema pode interferir no sistema imune e causar alterações metabólicas, muito relacionadas a este tipo de tumor. Por isso adotar hábitos que contribuam com um intestino saudável pode contribuir para a prevenção da doença.
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Fumar é um fator de risco?
O médico comenta que o hábito de fumar pode sim aumentar o risco, tanto de câncer de próstata quanto de doenças associadas. Fumantes têm potencialidades aumentadas para diversos problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e cânceres de pulmão, bexiga, garganta e esôfago. Um estudo americano também mostrou que os fumantes têm mais incidência e mortalidade do câncer de próstata.
— Os fumantes mais inveterados tiveram um risco até 30% maior de morte por câncer de próstata do que os não fumantes. É importante salientar, também, que o uso indiscriminado de cigarros eletrônicos, a exemplo dos vapes, pode aumentar o risco dessas doenças, pois não há controle sobre o conteúdo dos líquidos usados para inalação — reforça o médico.
Alimentação
O oncologista explica que, em geral, recomenda-se uma dieta com baixa gordura saturada para prevenir o câncer de próstata. A ideia é consumir alimentos ricos em fibras, frutas, vegetais e grãos. Ainda, o consumo diário de licopeno, que está presente no tomate, e de ácido fólico, abundante em folhas verdes, pode garantir um efeito protetivo. Essas informações estão disponíveis em uma publicação americana da Revista Cancer Prevention Research.
Por outro lado, consumir alimentos não saudáveis em excesso pode gerar um efeito contrário no organismo. Dr Antonio explica que alimentos como carne vermelha em excesso, gordura, açúcar refinado, refrigerantes, álcool e fast foods podem aumentar o risco de aparecimento da doença. É importante evitar alimentos industrializados, enlatados e embutidos, como salsicha, salame e outros. É importante, também, atentar-se e evitar o excesso de peso.
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